DEEP PURPLE EM PORTUGAL
COLISEU DOS RECREIOS, 14 DE JULHO
São considerados, ao lado dos Led Zeppelin e Black Sabbath, os pioneiros do rock mais duro e também do heavy metal. Desde que se juntaram, corria o ano de 1968, os Deep Purple venderam mais de 100 milhões de álbuns em todo o mundo e são uma verdadeira instituição. Sem que por ela pareçam ter passado os anos, verdade seja dita. Quem não conhece, por exemplo, um êxito como «Smoke On The Water»? É um clássico do rock, transversal a gerações e tendências. A canção foi gravada em 1972 e incluída no álbum «Machine Head» – hoje, quase quatro décadas depois, continua a rodar como quando foi editada e aqueles riffs continuam a não deixar ninguém indiferente.
Os Deep Purple podem já não ser novatos, mas não mostram sinais de cansaço e ainda são considerados uma das bandas mais trabalhadoras no que toca a actuar ao vivo a nível mundial. À excepção de um período compreendido entre 1976 e 1983, em que estiveram parados, têm estado constantemente em digressão. E, tendo em conta que têm um álbum novo na calha, pelos vistos não fazem tensões de parar em breve. As tours mais recentes têm sido premiadas na imprensa especializada e, em 2007, até receberam um prémio por ter vendido 150.000 bilhetes para os quarenta concertos que deram – só em França! Há dois anos estrearam-se no Kremlin e, no próximo dia 14 de Julho, trazem a sua magia rock de volta ao Coliseu dos Recreios. Promete-se uma interacção constante entre a guitarra e os teclados, uma secção rítmica arrebatadora e refrões para ser cantados em uníssono na companhia de Ian Gillan.
BIOGRAFIA
Formação:
Ian Gillan - Voz
Steve Morse - Guitarra
Roger Glover - Baixo
Ian Paice - Bateria
Don Airey - Teclados
Não deve haver muitas histórias de sobrevivência como a que os Deep Purple têm para contar. Não no universo do rock, pelo menos. Apesar da coesão que os caracteriza ao vivo, sempre tiveram muitos problemas a nível de formação e até atravessaram um hiato auto-imposto (de 1976 a 84). No período anterior à separação o colectivo passou por quatro encarnações bem distintas, que habitualmente são referidas como Mark I, II, III and IV.
A formação original dos Deep Purple incluía o guitarrista Ritchie Blackmore, o teclista Jon Lord, o baterista Ian Paice, o vocalista Rod Evans e o baixista Nick Simper. O quinteto, já com algum calo acumulado entre si, fez-se à estrada em 1968 e, no espaço de apenas um ano gravou os três discos assinados pela Mk I. Eventualmente Evans e Simper foram substituídos, respectivamente, por Ian Gillan e Roger Grover – nascia assim a Mk II, a versão de maior sucesso comercial da lendária banda britânica.
As experiências com orquestras – «Concerto for Group and Orchestra», composto por Jon Lord e interpretado pela banda em conjunto com a Royal Philharmonic Orchestra, foi uma das primeiras colaborações entre uma banda e uma orquestra – deram-lhes visibilidade e, quando se lançaram novamente aos discos de estúdio, parecia que ninguém os podia parar. Mesmo. «In Rock» de 1970, «Fireball» de 71, «Machine Head» de 72 e «Who Do We Think We Are» de 73 são álbuns incontornáveis. «Speed King», «Black Night», «Strange Kind Of Woman», «Highway Star», «Smoke on the Water», «Space Truckin'», «Woman From Tokyo»... A lista de clássicos criados pelo grupo nesta época parece interminável. A troca de energia entre a guitarra de Blackmore e o orgão Hammond de Lord, a voz de Gillan e o colosso que é a secção rítmica formada por Glover e Paice fizeram grandes canções e cimentaram o estatuto dos Deep Purple.
Ainda 1973 não tinha chegado ao fim quando Gillan e Glover abandonaram a banda, substituídos por David Coverdale e Glenn Hughes. O que se seguiu foram anos de muita turbulência, provocada em grande parte pelo mau génio de Blackmore, por discos mais experimentais e que viu a banda implodir depois de um concerto em Março de 1976. Nos oito anos seguintes os músicos foram mantendo-se ocupados com outros projectos entre os quais se contam os Rainbow, os Whitesnake e os Black Sabbath.
Os Deep Purple Mk II reuniram-se em 1984 e, com «Perfect Strangers», recuperaram a chama que parecia perdida. Sol de pouca dura, com o vocalista a ser despedido novamente cinco anos depois. A verdade é que não conseguiram recuperar o génio que os caracterizava até Blackmore abandonar, de uma vez por todas, em 1993 e já com Gillan de regresso ao grupo. Ocupadas temporariamente por Joe Satriani, as seis cordas foram finalmente entregues a Steve Morse e a injecção de sangue novo revitalizou-os a todos os níveis. «Purpendicular», «Abandon», «Bananas» e «Rapture of The Deep», assim como uma nova versão de «Concerto For Group and Orchestra», deram-lhes um novo fôlego para voltar à estrada com mais regularidade e, mesmo após o abandono de Jon Lord e a entrada de Don Airey em 2002, seguem em frente com uma força invejável.
UMA CO-PRODUÇÃO
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