LEGENDARY TIGERMAN NO TEATRO AVEIRENSE

SIR LEGENDARY TIGERMAN

NO TEATRO AVEIRENSE






Um Paulo Furtado bem-disposto brindou o público que esgotou o Teatro Aveirense com um concerto perfeito. A começar pelo alinhamento interessante, que além de apresentar Femina, revisita algumas canções mais antigas e mais directas que tão bem nos soube ouvir ao vivo. O equilíbrio é total, e isso deve-se a uma discografia maior e sólida por parte de um músico que teve sempre um papel importante na cena musical portuguesa.


Toda gente percebe o trabalho e concentração necessários para se poder dar um one-band-show sem falhas, pelo que é dispensável fazer-se esse comentário, mas sublinhe-se a forma como as músicas soam orgânicas. E soam maiores. É ao vivo que este projecto, até pelo seu conceito que parte sempre de um personagem, atinge o seu exponencial.


Em algumas músicas de Femina ouvem-se as vozes gravadas das suas intérpretes, parecendo que o critério é mantê-las quando Paulo Furtado não as consegue preencher sozinho. Nada que amachuque a imagem do artista, não lhe peçam para ter o poder vocal de Lisa Kekaula, ou a sensualidade de Asia Argento. Nas músicas em que se aguenta à bronca sozinho, Furtado sabe tirar partido da sua persona artística. Tudo soa bem.

O rocker conimbricense tem também um sentido de humor irrepreensível com o qual conquista a plateia que tantas vezes convidou a levantar-se. O público ia resistindo mas acabou por ceder quando Furtado prometeu apenas continuar caso as pessoas se chegassem à frente do palco. A confusão instala-se, com o staff da casa de espectáculos pedindo às pessoas para se retirarem daquela área. Furtado, atencioso, resolve o problema: tudo para cima do palco. E foi assim que terminou o concerto, com as pessoas em pé a dançar, o músico ladeado de fãs no palco, tudo a cantar “Radio & Tv Blues”.

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