DELTA TEJO . 1º DIA

Delta Tejo



2,3 e 4 Junho

Alto da Ajuda, Lisboa


1º Dia

No dia 2 de Junho arrancou mais uma edição do festival Delta Tejo. Este conta já com três edições anteriores, e o conceito deste festival é muito mais do que a reunião de bandas de países produtores de café.

Lisboa é cada vez mais uma cidade multicultural, como tal o Delta Tejo pretende aglomerar as pessoas provenientes de outros países, principalmente oriundas de África e do Brasil para que possam conviver, comer, beber, dançar e cantar juntamente com os portugueses num ambiente quente e cheio de boa música. Como adianta Rui Nabeiro da produtora deste festival “Musica no Coração”, o delta é um festival que pretende “ promover a diversidade cultural, a inclusão, a multiculturalidade”.

Os rostos das pessoas que por lá passaram eram notórios de felicidade e de um “bom astral” como diriam os brasileiros. As pessoas vestiam calções curtos ou saia para evitar que o calor se apoderasse das pernas, calçavam ténis ou sapatos rasos que ajudavam a tornar confortável o “pé de dança”. Já a pensar nisso o festival este ano melhorou as suas instalações.

As portas abriram ao público por volta das 18horas.

Pelas 19h30 no palco secundário dos jogos Santa Casa Catarina Miranda ou Emmy Curl nome pelo qual é conhecida no meio artístico, é a primeira a actuar no festival.

Esta jovem de apenas 19 anos produz e edita a sua própria música, para além de cantar, toca viola acústica que define maioritariamente o estilo da sua música, que sofre de outras designações como dream, celtic, indie, alternativa, entre outras. Uma das suas maiores influencias é a Emiliana Torrini, e os seus pais também eles músicos. Para escrever inspira-se nas paisagens de Trás-os-Montes onde nasceu e cresceu, deixando transparecer essa calma e serenidade característica da zona nas suas músicas que refrescaram o final de tarde quente no delta.

Apesar de tímida, natural de quem ainda está dar os primeiros passos na música, Emmy Curl encantou certamente muita gente que a desconhecia, e que passará depois deste concerto a segui-la. A sua voz terna e doce não deixou ficar indiferente àqueles que a viram, poder-se-á dizer que ela” carregou as baterias” para os concertos enérgicos que viriam a seguir.



Às 20h00 é a vez dos esperados Natiruts para estrearem o palco principal. Esta banda de estilo reggae nasceu em 1996 em Brasília. O Alexandre Carlo vocalista e guitarrista da banda estava animado, pedia mais energia da plateia falando até da sua tentativa nem sempre conseguida de tentar misturar o reggae com música jamaicana. Sendo estas as duas principais influencias que definem a música da banda.

Tocaram a “Sorri sou rei!” single do novo álbum “Raçaman”, bem como outros singles de sucesso da banda como “Quero ser feliz também” e “Presente de um beija-flor, músicas que puseram os fãs da banda a saltar.



Seguiu-se Carlinhos Brow, ex-membro dos Tribalistas. Carlinhos com a sua energia própria pôs o público a mexer. Pedia que a plateia dançasse da direita para a esquerda, e com tanta gente de um lado para o outro ao mesmo tempo fez levantar “poeira” do chão do delta, enquanto fazia as delícias dos seus apreciadores cantando “ Já sei namorar/a namorada”, “Carlito Marron” “ Uma brasileira”.

E como brasileiro que é não poderia deixar de mencionar a sua selecção, afirmando que apesar de ter sido eliminada continuava no seu coração. Este comentário mereceu gritos dos brasileiros e assobios por parte dos portugueses.



Pelas 22h50 Buraka Som Sistema estremecem o palco do delta. Cerca de 17 mil pessoas vibraram ao som desta banda que fundou um novo estilo de música - o Kuduro progressivo.

Blaya mexeu o “bum-bum” do inicio ao fim fazendo suspirar certamente muitos homens do público, mas Petty e Kalaf e os restantes membros da banda também tiveram direito às mesmas atenções. A música “Buraka entra” marcou a noite. Também a “Aqui pra Voces”, “Sound of Kuduro” e “Filha do general”, esta que teve direito a bailarinas especiais, duas dezenas de raparigas subiram ao palco para dançar com a banda, puseram a plateia “louca”. O público não parou de se “abanar” durante todo o concerto, e quem não é de Luanda diria que se sentiu africano durante a cerca de uma hora de concerto.

Os Buraka foram o auge da primeira noite do festival, até o vento frio que se fazia sentir aquela hora aqueceu ao som da música desconcertante da banda, fazendo ainda suar o público por pô-lo a dançar do inicio ao fim. A banda anunciou que este seria o último concerto do ano em Lisboa para tristeza dos fãs.



À 00h10 Shaggy pisa o palco delta, depois da “Will Rock You”, canta a música que melhor caracteriza o cantor “Mr. Bombastic”. Mas o seu concerto não atingiu as expectativas do público, as músicas que mais aplausos mereceram forma os covers “I Gotta Feeling” e “ Empire State of Mind” de Jay Z.



O “Mr.Bombastic” ficou um pouco abafado no desvario que havia sido o concerto anterior.
No palco Beck’stage já a passar da uma da manhã os Nu Soul Family encerram o primeiro dia do festival Delta Tejo.




Joana Arouca




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