NA AULA MAGNA
LISBOA
The xx é uma banda oriunda de Londres que veio apresentar-nos o seu álbum de estreia lançado em Agosto passado, e que já figurou em muitas das listas de «melhores do ano» de várias publicações internacionais tendo mesmo sido considerado por alguns como o disco do ano 2009.
A banda destes três jovens ingleses (quatro na sua formação inicial) que teve uma ascenção meteórica, desde o lançamento do disco de estreia, tornou-se rapidamente num caso de grande popularidade junto dos críticos do panorama musical vendo a sua legião de fãs crescer de forma vertiginosa. A sua visita ao nosso país faz parte de uma digressão mundial.
Na Aula Magna era enorme a expectativa nesta primeira aparição dos The XX em Portugal até porque os bilhetes esgotaram há meses.
A noite teve o seu início com os portugueses Long Way To Alaska. Grupo simpático com um som suave, tranquilo, com temas bem construídos mas a precisarem de um pouco mais de poder.
Iniciam-se os preparativos de palco para a actuação dos The xx...sala completamente cheia...e para surpresa de todos é colocado um enorme pano branco na frente do palco. Mais um toque enigmático, dentro da linha de tudo o que nos é proporcionado pelos The xx.
A surpresa continua....o primeiro tema da noite é tocado atrás do pano branco. Com um interessante jogo de luzes vamos vendo as silhuetas negras dos músicos em movimentos suaves. Simples, fácil, sem grandes aparatos de produção mas de uma intensidade muito grande e efeito vibrante que levou a plateia surpreendida a aplaudir efusivamente.
Fim do primeiro tema, e, ao contrário do que acontece no teatro, cai o pano mas tudo começa, e é o primeiro contacto visual com a banda.
Os temas começam a fluir.....executados, tocados e interpretados com uma subtileza poderosa, as vozes de Romy Madley-Croft e Olivier Sim são sensuais e revelam grande cumplicidade, o som é extremamente viciante, hipnótico.
Sem grande produção visual, sem grande aparato na actuação, quase imóveis, excepção feita ao sampler Jamie Smith, agarram completamente a plateia com a sua simplicidade, talento e qualidade musical.
Discretos, tímidos, claramente adeptos do minimalismo, é espantosa a forma como só três elementos preenchem completamente o palco e inundam e contagiam todo o espaço criando uma atmosfera enebriante, estabelecendo com o público uma estranha empatia.
O som revela-se maduro apesar da juventude dos elementos da banda. E se há bandas de estúdio que perdem poder quando chegam ao palco os The xx são exactamente o contrário, os seus temas agarram-nos quando ouvidos, mas ao vivo são completamente arrebatadores e bem mais poderosos.
Um fantástico concerto excedendo em muito as expectativas criadas por meses de espera, não restando qualquer dúvida que angariaram sem qualquer dificuldade mais uma boa mão cheia de fãs.
Todos queriam mais, houve encore e...acabou...sentia-se tristeza por ter terminado, esta foi uma daquelas noites em que todos pediam que não tivesse fim...mas teve.
No entanto não desanimem os fãs e todos aqueles que estão curiosos por ver e ouvir The xx, eles vão voltar a actuar em breve em Portugal. Poderão vê-los no Optimus Alive, 8 de Julho no Palco Super Bock.
Até lá....
REPORTAGEM : PATRESE
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