Este evento, organizado em boa hora pela ALIVE WE RIDE, tem como principal objectivo festejar os 20 anos da banda GENOCIDE, um nome sonante do metal underground nacional, e escolheram o Bar V5, um espaço muito característico graças á sua decoração.
Os progenitores do GRIND no nosso país, deixaram a estrada e os estúdios devido a vários motivos, a serem discutidos numa entrevista exclusiva, a ser publicada mais perto do seu ultimo concerto oficial, em Benavente, dia 29.
Mal a noticia se espalhou, a ideia geral era comparecer para fazer a festa com eles, os maiores guerreiros do grind nacional e com as restantes bandas.
Pessoalmente não os via juntos a tocar num palco há uns 15 anos. Mas a nostalgia rapidamente esmoreceu, face ás expectativas, tanto sobre a actuação dos “aniversariantes”, mas também em relação ás bandas de apoio, que tem vindo a despertar imenso interesse no mercado “pesado” deste nosso país.
Os EQUALEFT, projecto assumidamente com veia ecléctica, tem um groove bem potente, com aquele dinâmica tipo Pantera, Meshuggah e afins. Pessoalmente curtia á brava que explorassem o que por vezes soa a algo como TOOL mas com um power bem próprio. Talvem em cd seja mais fácil de conseguir. E este não era um concerto para se aprofundar um conhecimento da banda, dado que a atitude foi mesmo de abrir a partir com tudo, sem dó nem piedade. O Miguel “Inglês” tem uma voz e energia que me lembra Anselmo, e isso arrepia qualquer um.
Resumidamente, que venha o EP sucessor do "As the Irony Prevails...".
O novo “EP terá 6 temas com o titulo "...The Truth Unravels" e será gravado no 213 Studios com a produção e masterização de Bruno Silva (Heavenwood) e irá contar com alguns convidados do Metal Nacional”, pode-se ler no myspace da banda. Promete ser uma rodela marcante. Fiquem atentos, a IMAGEM DO SOM estará, sem a menor duvida.
Falando da actuação, foi brilhante.
Num espaço minúsculo mas onde a energia concentrada era simplesmente arrasadora e os musica desta formação deu provas de uma consistência rara, mesmo desfalcados pela ausência de um dos guitarristas.
Fica a versão do “Playback” de Carlos Paião para a historia.
Sendo a banda de abertura, não aqueceram, eles incineraram!
Seguiram os THE ENDGATE, com uma sonoridade mais brutal, eu diria algo como Death/Thrash levado ao extremo.
Composições executadas com elevado grau de sentido destruidor, e com o publico bem aquecido, foi sempre a rodar temas como “Of me only despise” e outros, tendo o publico dado inicio ao verdadeiro mosh e afins rituais que tanto gozo dão!
Empatia com o publico digna de nota.
Excelente prestação de uma banda que merece ser seguida de perto, mas com cuidado porque os tipos dão cabo de tudo!
Sentia-se uma escalada de violência dentro daquele verdadeiro cubículo infernal, tanto pela brutalidade sonora como pelo calor que mesmo assim não demovia quem ali estava para festejar e mostrar como o nome GENOCIDE significa rigor e acuidade técnica assim como o metal mais honesto, “no compromise”, e devastador que este país já conheceu.
Uma referência, uma banda de culto, e que daria aqui o 1ª dos dois últimos concertos da sua historia.
Quando subiram finalmente ao palco, ficou rapidamente claro que se tratava de uma reunião de amigos e não de outra coisa qualquer.
Foi tempo de rever companheiros de luta de longa data, que hoje tem uma vida totalmente diferente do tempo em que os GENOCIDE davam os primeiros passos, e onde foram sempre acarinhados e seguidos por esse país fora.
A violência que assaltou o dito cubículo é indescritível.
E ainda bem que o espaço era pequeno, porque aquela força toda teve outro sabor.
Curioso como em momento algum se sentiu perigo em termos de segurança ou algo que o valha. Foi a verdadeira festa, e os membros da banda sentiram isso.
O hinos “The Silent Song” e outros como “Faint”, “Dissection”, etc, etc, pela banda que defendeu sempre o seu som, nunca se deixando desviar para sonoridades mais “fáceis”, ao contrário de algumas das bandas de quem foram colegas de palcos como Napalm Death, Benediction, Hypocrisy, Gorefest, Cradle of Filth, Extreme Noise Terror e um sem numero de banda nacionais.
Os Genocide sonoramente, são acima de tudo, sinonimo de rapidez e complexidade de execução, e mostraram que estavam em plena forma, e menos não seria de esperar destes musicos arquitectos de tantas malhas de nivel superior, tecnicamente e em termos do que se pode chamar de som extremo.
Atrevo-me a dizer que seria preferível colocar este evento num espaço tipo Sá da Bandeira, mas não sei até que ponto isso seria possível. De qualquer das maneiras, ficamos todos agradecidos pela ALIVE WE RIDE ter conseguido reunir estes tipos uma ultima vez na sua cidade natal e natural: o PORTO.
Formação:
Alfredo Barbosa (guitarra solo), Luís Gonçalves (voz), Gustavo Costa (percussão), Mário Ribeiro (guitarra) e Dário Lima (baixo)
DISCOGRAFIA:
Silent Songs(Tape, Edição de Autor, 1991)
Symphonic Threat (Tape, Edição de Autor, 1994)
Genocide (CD, Música Alternativa, 1994)
Faint (Tape, Edição de Autor, 1996)
Breaking Point (CD, Plutonium Records, 1999)
Embora seguir agora para Benavente, dia 29, no Side B, com outra bandas históricas que dispensam apresentações como os WC NOISE, HOLOCAUSTO CANIBAL e DECAYED, outro marco na cena nacional, para o que será o ultimo concerto da banda GENOCIDE.
Vão-se num estrondo glorioso, com a mesma forma e atitude que fazem deles a referencia que serão para sempre… fica a esperança de umas gravações de material ao vivo, que tal rapazes?
ALIVE WE RIDE
ao pessoal das bandas que tornou possivel esta reportagem, o meu abraço!
Uma reportagem claramente sentida, que fez estremecer também o meu monitor, de tão genuína. Ficamos na expectativa da referida entrevista.
ResponderEliminarGrande reportagem; trabalho excelente!
(E pergunto-me se a máquina fotográfica terá sobrevivido a tamanha violência...)
Quero deixar aqui os meus parabéns pela óptima report,sincera e In your face mesmo, tal como foi esta noite
ResponderEliminarAlém dos parabéns pela report, dou pela coragem ao Ricardo que esteve lá à frente a tirar fotos, o que não é nada fácil
cheeersss
continuem o bom trabalho a divulgar a música quer seja Metal, Rock ou Pop
Abraço
Miguel"inglês"
EQUALEFT
Já agora imensos agradecimentos á Alive we Ride, a melhor promotora da nossa cidade e arredores!
ResponderEliminarKeep riding!!!