CASINO LISBOA
06.04.2010
Bem.... a dificuldade desta noite está em definir por onde começar a distribuir elogios.
Imaginem um grupo de amigos que acaba de ver este fantástico espectáculo....
Dizem:
- Que noite electrizante...
- Aquelas vozes são....
- Bom... e os fatos... e a caracterização...
- Pois...mas a música e as coreografias...
Pois é... um turbilhão de toda aquela envolvência está a gerar todo este esgrimir de opiniões.
E é assim que está a minha cabeça, um turbilhão, sem saber bem por onde começar.
Bom... mas vamos lá começar a tentar transcrever o que foi esta noite, apesar de não ser fácil porque é um daqueles espectáculos em que a máxima "mais vale uma imagem do que mil palavras" se aplica na perfeição.
The Opera Show é um espectáculo que estreou na Inglaterra no Verão de 2008. Foi criado por uma equipe eclética do teatro. Artistas, estilistas, designers e músicos clássicos. Pelo palco passam 5 vocalistas, 5 bailarinos e 8 músicos.
O espectáculo é apresentado em três actos, cada um com sua própria personalidade distinta visual e musical. O show é baseado num conjunto de conhecidas árias e temas musicais.
Acto I
Abertura
Dueto de Papageno-Papagena
de A Flauta Mágica (1791), Mozart
Entrada da Rainha
Lascia ch’io pianga
de Rinaldo (1711), Handel
The Fower Duet
de Lakmé (1883), Delibes
Je Veux Vivre dans le rêve
Valsa de Julieta de Romeu e Julieta (1867), Gounod
Saída da Rainha
Largo al Factotum
Aria de Fígaro de O Barbeiro de Sevilha (1816), Rossini
Lament de Dido
de Dido e Eneias (1689), Purcell
Barcarolle
de Os Contos de Hoffman (1881), Offenbach
O Sole Mio
Canção Napolitana, 1898
O Acto I abre com uma avalanche de cores num palácio italiano povoado por aristocratas e seus assistentes brincalhões. Os efeitos visuais e musicais recordam as origens da ópera barroca, mas aqui o tempo não pára. Este é um lugar onde o antiquado convive com o actual numa miscelânea de estilos musicais que convivem alegremente.O Sole Mio no final marca o início de uma nova era.
Acto II
Montagem de Guerra
O Mio Babbino Caro
de Gianni Schichi (1918), Puccini
La Donna é Mobile
de Rigoletto (1851), Verdi
Grace
Canção do Toureiro
de Carmen (1875), Bizet
Chanson Bohème
de Carmen (1875), Bizet
Sozinho em Casa
Ebben? Ne Andrò Lontana
de La Wally (1892), Catalani
Libiamo Ne’ Lieti Calici
canção de bêbado De La Traviata (1853), Verdi
Caro Nome
de Rigoletto (1851), Verdi
No Acto II a música romântica é a fonte inspiradora de um ballet. É a década de 1940.
O palco é partilhado por um estúdio de gravação acima e modesta casa de uma família da classe trabalhadora abaixo.Uma banda de músicos e um desfile de cantores de ópera, elegantemente vestidos, prepararam-se para a gravação num estúdio em Itália.
Como muitas famílias, reúnem-se para ouvir música no gramofone.
Acto III
Nights In White Satin
1967, The Moody Blues,
G Minor Partita J.S.Bach
Queen Of The Night Der Holle Rache
de A Flauta Mágica (1791), Mozart
Tocata e Fuga em D Menor
(Ca. 1705 de Bach)
Song To The Moon
de Rusalka (1901), Dvorak
Nessun Dorma
de Turandot (1926), Puccini
Dueto dos Pescadores de Pérolas
de Os Pescadores de Pérolas, Bizet
No Acto III e último, o show é impulsionado pela moda futurista, efeitos especiais e orquestrações digitais. A Música de Bach, Mozart, Dvorak e Puccini é re-imaginada por via electrónica, como se a nave do Rock and Roll tivesse pousado no planeta Ópera.
Um excelente show de luz, cor, alegria. Grandes músicos, cantores e bailarinos que contam com uma equipa de produção não menos grandiosa que desde o coreógrafo, ao designer, ao maquilhador passando pelo guarda-roupa ou o supervisor de penteados e caracterização, fazem um trabalho único de uma valia indispensável para o sucesso do espectáculo.
The Ópera Show é um espectáculo que aposta na modernidade alicerçada em elementos clássicos de valor inquestionável.
Uma excelente aposta, que concerteza une gerações, satisfazendo os mais puristas e amantes da ópera clássica mas ao mesmo tempo com um toque futurista capta a atenção de um leque de público mais alargado.
Obviamente.....imperdível!!!
FOTOGRAFIAS : PATRESE
TEXTO : ANA RITA SILVA
AGRADECIMENTOS
U A U
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