SAMUEL QUINTO TRIO(br)
Samuel Quinto, um autodidacta, é um pianista do mais alto nível, e destacou-se na escolha que fez para a sua musica: Latin Jazz.
Tomou Portugal como sua casa desde 2005 e logo criou o 1º curso dessa faceta do jazz reconhecido pelo Governo Português.
O seu som deriva de influencias diversas como Chick Corea, Cole Porter, Michel Camilo entre outros.
Depois de 2 albuns carregados de sucesso, sendo eles “Latin Jazz Thril” e o muitíssimo bem sucedido “Salsa’N Jazz”, que se tornou uma obra marcante, colocando-o como a maior figura do género deste lado do oceano.
É acompanhado pelo baixista, também brasileiro, Edamir Costa e pelo baterista cubano Manuel Santiesteban, cujo papel é muitíssimo forte no resultado final das composições de Samuel.
Destaque para um bolero chamado “Dona Preta” dedicado á sua mãe, e um momento belíssimo com Carlos Buzana cantando o tema “Beatriz” de Chico Buarque”. A sua voz suave e com aquele sentimento forte mas com toda a classe, Carlos encantou, deixando a audiência rendida á sua prestação.
E teve inicio um dos concertos mais esperados, com Dianne Reeves, considerada a ultima verdadeira diva do jazz.
Provou vezes sem conta que estávamos perante alguém que sente e interpreta o jazz de forma muito diferente do que estamos habituados.
Tal como que tivéssemos por instantes sido transportados para os “Golden Years”, quem sabe em pleno “New Orleans”… toda a classe desta lenda vida, junta a uma simplicidade absolutamente desarmante…
A sua rítmica é muito pessoal.
Tem swing, tem alma, tem um espaço enorme por onde ela faz passear os temas que interpreta com força, coragem, assim como segurança e mesmo raiva q.b.
O seu ultimo álbum, “When you know” é uma pérola.
Aqui fez-se acompanhar por músicos de excelência, nada menos: Peter Martin no piano (discreto mas fundamental); Reginal “Reggie” Veal no contrabaixo; na bateria Terreon Gulley, e o brilhante guitarrista brasileiro Romero Lubambo que tem um currículo invejável, como o álbum “Rhythmstick” de Dizzie Gillespie.
Todos tiveram espaço para brilhar, e fizeram-no de forma de forma generosa.
A audiência acarinhou banda e diva, com um nº sem fim de ovações em pé, obrigando Dianne Reeves a voltar uma e outra vez a um palco que a recebeu e vibrou a cada nota, cada passagem mais complicada, cada improviso no qual Dianne é uma referencia.
Rendidos, neste ultimo dia, e já se fala e espera pela próxima edição, dada a qualidade demonstrada nestes 4 dias de MATOSINHOS EM JAZZ.
Deixo aqui uma nota especial ao seu director artístico, António Ferro, pela visão e coragem que a cada ano tem demonstrado.
Fotografia e texto: Ricardo Costa
AGRADECIMENTOS:
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