A segunda edição do Vagos Open Air decorreu nos dias 6 e 7 de Agosto novamente na Lagoa do Calvão, mais propriamente no Campo de Futebol do Grupo Desportivo local.
Depois de uma primeira edição bem sucedida com a intenção de se afirmar como o maior festival de metal nacional, a Prime Artists e a Ophiusa Eventos voltaram a atacar para corroborar esse propósito. Meshuggah, Carcass, My Dying Bride, Kamelot, Amorphis e Ensiferum, foram as principais atracções da edição deste ano.
Primeiro dia (6 de Agosto)
Coube aos portugueses Prayers of Sanity dar início à segunda edição do Vagos Open Air. Vencedores do W:O:A Metal Battle Portugal 2010, os algarvios acabados de chegar do Wacken Open Air 2010, onde representaram Portugal no dia anterior, compareceram no Vagos para apresentar o seu álbum de estreia “Religion Blindness”.
Sob o sol abrasador que se fazia sentir, o colectivo expôs o seu Thrash Metal de forma coesa, relembrando o notável género dos anos 80. Estavam deste modo iniciados os primeiros circle e mosh pits do dia.
Os Miss Lava, também portugueses, foram a banda que se seguiu e fizeram-se acompanhar do disco de estreia intitulado “Blues For The Dangerous Miles”.
Depois de os algarvios Prayers Of Sanity terem iniciado as hostes com uma autêntica lavagem sonora, o colectivo lisboeta teve dificuldades em agarrar a plateia, com o seu Stoner Rock, da forma pretendida e desse modo a poeira assentou dando lugar ao headbanging. Caso tivessem tocado em primeiro lugar, a história seria diferente, tal como num concerto em nome próprio.
Contando já com 15 anos de carreira, os Gwydion subiam ao palco com a difícil tarefa de suportar uma plateia que aguardava ansiosa o concerto seguinte, o dos finlandeses Ensiferum.
Porém os 15 anos de formação não serviram apenas para editar registos, mas também para andar muito tempo na estrada, ao lado de nomes como Týr e Alestorm, fornecendo a experiência necessária em palco.
Centralizando-se no seu último álbum, “Horn Triskelion”, os Gwydion não só deram provas da sua qualidade musical, conquistando rapidamente o público com o seu Folk/Viking Metal, como se apresentaram com uma positiva atitude em palco, onde o destaque vai inevitavelmente para o guitarrista Miguel Kaveirinha.
Da terra dos mil lagos chegavam os Ensiferum com os seus tradicionais kilts e face paintings para uma estreia absoluta em solo nacional.
Com “From Afar”, o mais recente registo, na bagagem, os finlandeses encaram o público com a verdadeira bravura de vikings apesar dos problemas técnicos que Petri Lindroos, vocalista e guitarrista, enfrentou durante alguns momentos (a sua guitarra deixou de se ouvir), e nos quais o baixista Sami Hinkka se afirmou um autêntico frontman.
"By The Diving Stream” serviu de introdução a uma verdadeira actuação de Folk/Viking Metal à qual ninguém ficou indiferente. “Token Of Time”, “From Afar”, “Twilight Tavern”, “Stone Cold Metal”, “Smoking Ruins”, “La La Hei”, “Into Battle” e “Iron” foram alguns dos temas que se ouviram ao longo de 70 minutos e que fizeram levantar poeira, recordando batalhas épicas de outrora.
Os ingleses My Dying Bride eram outra das bandas mais aguardadas da noite e o seu concerto veio afirmar que o seu Doom Metal pretende-se e tem muito mais para dar em recintos fechados e acolhedores do que em festivais ao ar livre onde muita da magia e teatralidade do convulso líder Aaron Stainthorpe se perde. Foi com os temas “Fall With Me” e “Bring Me Victory”, do último registo “For Lies I Sire”, que o colectivo iniciou a actuação. “The Cry of The Mankind”, “She Is The Dark”, “The Wreckage of My Flesh”, “My Body, a Funeral” e “The Dreadful Hours” foram algumas das composições que foram deliciando os fãs da banda que por lá se encontravam.
Outra estreia bastante aguardada era a dos suecos Meshuggah e os mestres do Death Metal Experimental não se fartaram de dar lições de tecnicismo, sempre com o explosivo vocalista, Jens Kidman, a puxar pelo público. Foi com “Rational Gaze”, do registo “Nothing”, que a banda sueca entrou a matar e praticamente sem espaço para recuperar o fôlego, “Bleed”, “Electric Red” e “Pravus”, ambos do último registo “obZen”, deram continuidade ao furacão que se abateu sobre a plateia. “Lethargica” e “Sane” foram alguns dos temas deram seguimento à destruição, que já se tinha instalado, antes de a banda abandonar o palco e regressar pouco depois para o encore onde figurou “Future Breed Machine” do registo de 1995, “Destroy Erase Improve”. No final, a opinião era unânime. Os Meshuggah asseguravam uma das melhores actuações do Vagos Open Air 2010.
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