BUNNYRANCH


BUNNYRANCH – A CERTEZA DA MÚSICA




AO VIVO NO CCVF
26 FEVEREIRO 2010


Como outros produtos, o Rock servido no seu estado mais puro, tende a provocar maior mossa, caso não seja consumido cautelosa e prudentemente. É assim que se deve usar o som desta banda que ao segundo registo nos apresenta If You Missed the Train… o que, no caso, não convém.



Porque perdê-lo, é deixar escapar uma viagem que pode resultar vibrátil, pelos sons lançados por Carlos Mendes, na voz, bateria e percussão, Pedro Calhau no baixo, João Cardoso no piano, órgão e voz e Augusto Cardoso na guitarra.



Os quatro músicos fizeram-se acompanhar de Boz Boorer que produziu o trabalho e participou com guitarra acústica, precursão e saxofone.



Na sexta feira, dia 26 de Fevereiro os BUNNYRANCH estrearam ao vivo “If You Missed The Train”, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.


Uma sala bem composta recebeu o grupo com um entusiasmo que foi crescendo ao longo do concerto que, abriu com Go Away, Keep Away, a faixa 6 do cd.


“I Can´t Set Myself Free”, “Where I’m I, Where Are You” e “Free To Shake, Free To Brake”, foram os restantes temas do último trabalho que passaram pelo palco do CCVF.



A IMAGEM DO SOM esteve á conversa com os quatro elementos da banda, que assume como lema, a luta. Lutar por uma carreira, por um lugar de ainda maior relevo no panorama musical português e pela conquista além fronteiras.



Para PEDRO CALHAU, é mais importante o percurso que o destino. E, se este, pretendem bonito, o caminho passa, por agora, pelas salas de Portugal. Tudo o resto é luta. Luta para se imporem no estrangeiro, nomeadamente na América, onde a banda tem já tradição. “O nosso primeiro álbum, foi editado nos Estados Unidos, agora há uns meses atrás, por uma editora americana, o que é já um primeiro passo no percurso. Isso já é qualquer coisa. Mas, para que uma banda rock se consiga impor no outro lado do Atlântico, é preciso estar lá há muito tempo a tocar, passar por muitos sítios, até que se tenha alguma visibilidade.”


“Quando lá estivemos, da primeira vez, tocámos com uma banda – não me recorda agora o nome deles, é uma banda de Washington – e este ano, vi os tipos no programa do Conan O’Brian, portanto, passaram-se dois anos entre essa fase de tocar nos bares, até estarem agora com esta visibilidade. Devem nunca ter parado. A ideia que dá, é que é um mercado imenso e que é preciso rolar até se conseguir qualquer coisa”.


Já quanto ao mercado português, os Bunnyranch “querem sempre estar mais longe do que os outros estão. Queremos sempre ir mais além. Mas, sinceramente, não sei como está o mercado português; os discos que eu vejo nas lojas, não me interessam minimamente”, acrescenta o baixista.


Os BUNNYRANCH são uma banda que canta exclusivamente em inglês, o que talvez dificulte um pouco a entrada no nosso mercado. “Principalmente a partir de agora, há maior aposta nas bandas que cantam em português. Há todo um trabalho desenvolvido nessa área, quer de artistas, quer em termos de agenciamento, que revela maior aposta na musica feita na nossa língua, entende CARLOS MENDES.


Aliás, como refere JOÃO CARDOSO, “essa tendência vem-se revelando desde a aprovação da legislação sobre a quota da música portuguesa nas rádios. Nessa altura, as editoras viraram logo o ponteiro para o que é cantado em português”.


Mas os BUNNYRANCH apostam em cantar em inglês, tanto mais que as suas principais influências vêm da música americana. “A nossa música é relacionada com referências anglo saxónicas”, refere o vocalista da banda; “eu gosto particularmente da música que por lá se faz; passei lá grande parte da minha carreira, gostei… acho que cresci um bocado; claro que é um crescimento que se revela a médio/longo prazo, mas ainda fiz lá cinco ou seis tournées. É uma escola muito grande. Tal como Inglaterra. Nós gravamos com uma pessoa que é inglesa e que tem um historial muito grande, gigante (Boz Boorer – ndr.)… pensando bem, as maiores referências dele são todas americanas”.


O grupo vem de Coimbra, uma cidade que tem dado, nos últimos tempos, algumas revelações em termos de bandas. Para AUGUSTO CARDOSO, por sinal residente em Santa Maria da Feira, “ há uma série de pessoas oriundas de Coimbra, que tem uma, ou várias matrizes comuns. É natural que se sinta essa presença nos diferentes projectos; agora se o som dos Bunnyranch apresenta uma sonoridade mais rock que os restantes, não iria por aí. Claro que temos uma identidade diferente de qualquer um dos outros projectos que nasceram em Coimbra”, faz questão de afirmar o guitarrista, enquanto CARLOS MENDES, discorda daquilo a que se tenta chamar hoje de “corrente Rock de Coimbra”, “para mim não existe; há vários projectos, vários grupos, mas não se lhe pode chamar corrente ou escola de Coimbra.



Acorrentados ou não, certo é que os BUNNYRANCH nos trazem um Rock que, como dissemos no inicio, deve ser consumido pausadamente. Mas que, não apresenta contra indicações, nem precauções especiais em caso de sobre dosagem.


“If You Missed The Train” recomenda-se; e os concertos da banda também.



REPORTAGEM : I A C


AGRADECIMENTOS

CENTRO CULTURAL VILA FLOR

1 comentário:

  1. Anónimo2.3.10

    Eu estive la e subscrevo que o novo trabalho e os concertos dos Bunnyranch se recomendam, foi um grande concerto o do CCVF!

    P.S.: O nome do novo trabalho deles é:"If you missed the Last Train"... é muito mais grave perder o ultimo comboio, do que simplesmente, perder o comboio! :)

    M.J.

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