Sérgio Godinho ao vivo no Teatro Aveirense

Aveiro, 9 de Julho de 2010


Sérgio Godinho e alguns Assessores
Ao vivo no Teatro Aveirense


Brindando aos amores com o vinho da casa... Foi mesmo assim, lá mais para o fim.

No início, porém, entrou de guitarra ao ombro e sem assessores, e lá foi perguntando em mi maior e à média luz se “Pode alguém ser quem não é?”.


Ele, sabemos bem quem é. É o Sérgio e é o maior! Partilhou “O primeiro gomo da tangerina” com os assessores da noite: Nuno Espírito Santo (essencialmente) no baixo eléctrico, Miguel Fevereiro (essencialmente nas guitarras) e Nuno Rafael (essencialmente) também nas guitarras mas igualmente noutras coisas que tais com cordas.



Este “(essencialmente)” deve-se sobretudo ao facto de qualquer um dos músicos ter assegurado a base rítmica dos temas, ora um ora outro, de forma extremamente original. Um grande exemplo disso foram os “Dias úteis” que se seguiram, nos quais Nuno Rafael marcou ritmo com uma máquina de escrever! Quando se é bom...


















Veio a “Etelvina”, que voltou a acocorar-se ao frio à noite, mesmo no calor da sala. Veio também, resignado mas sempre digno, “O velho samurai” a quem, mais do que certamente, “Às vezes o amor” que a seguir se escutou terá dado algumas alegrias...



Com “Arranja-me um emprego”, a “temperatura” da sala começou realmente a subir e manteve-se lá para cima por uns tempos. A seguir, “É tão bom” (ah, pois foi!), “Com um brilhozinho nos olhos”, “O charlatão”, “Espectáculo” e “A democracia (aforismos)”.


A coisa acalmou com “Lisboa que amanhece” e Sérgio Godinho trocou seguidamente as voltas aos dias cantando, sozinho em palco, “É terça-feira”. Este foi, arriscamos, um dos momentos mais altos da noite, com uma cumplicidade extrema entre o artista e o público, deleitado, do Teatro Aveirense (de cumplicidades percebe ele – já sabíamos...), que cantou afinadíssimo o refrão, funcionando aqui como o grande “assessor” do artista. Pena é que Sérgio Godinho não possa assistir a estes momentos do lado de “cá”.


Um ironicamente oportuno “Elixir da eterna juventude” (Sérgio Godinho estava “empenado” do braço direito – facto musicalmente imperceptível...) iniciou apenas à viola, mas terminou com toda a banda em palco. Daqui seguiu-se para “Liberdade”, sempre excelente, e ensaiou-se um final, com a retirada dos músicos do palco, que o público aveirense não permitiu que chegasse.


Por isso, em vez dele, chegou o encore com “O primeiro dia” – e viva o brinde aos amores – e com “Quatro quadras soltas” – e viva o Zeca (e viva o Adriano e viva o Fausto) e viva o Sérgio!

Voltou a haver ameaça de fim... Os músicos saíram mas voltaram a entrar. E ainda interpretaram, para alegria de todos, “A noite passada”. Voltaram a despedir-se e a retirar-se do palco.


A teimosia das luzes da sala impôs-se finalmente às palmas da audiência. Era mesmo hora para o fim de tudo.

Este Sérgio Godinho é intemporal e sempre igual a si. Concedeu ao Teatro Aveirense uma viagem no tempo ao longo de 40 anos de música, da sua música, e de música popular portuguesa, que de resto se fundem e confundem.

Ora com espectáculos mais complexos, ora com espectáculos mais intimistas, mas sempre muito bem acompanhado, tira e põe nas suas canções a roupa que muito bem entende para as mostrar às pessoas. Fá-lo sempre bem e esta noite em Aveiro não foi excepção.

Revelando-se impraticável a realização de uma pequena entrevista com o artista, inicialmente prevista, ficou-se a IMAGEM DO SOM por um abraço ao Sérgio Godinho, nos camarins, depois do espectáculo. Ficou também a promessa de novo encontro, em breve, algures, para nova reportagem e para uma sempre desejada troca de impressões.

Até já, Sérgio!

SG Light? Não. SG Gigante!











 
Texto e Fotografias:
Sara Salgado e Rui Vaz
 
 
Agradecimentos:
Teatro Aveirense
Vachier & Associados, Produção de Espectáculos




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2 comentários:

  1. Anónimo11.7.10

    Gostei, da reportagem.
    No espectáculo, tenho pena de não ter estado.

    L. Araujo

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  2. Elsa Costa15.7.10

    Adorei as fotos!!! e o texto que as acompanha nem se fala!! Numa só palavra: FANTÁSTICO!!

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